
24/04/2025
No topo dos penhascos escarpados de Santorini, encontra-se uma indústria turística mundialmente famosa que vale bilhões.
Abaixo deles, no fundo do mar, esconde-se a ameaça efervescente de uma enorme explosão.
Uma antiga erupção de grandes proporções criou a encantadora ilha grega, deixando uma enorme cratera e uma borda em forma de ferradura.
Agora, os cientistas estão investigando, pela primeira vez, o quão perigosa pode ser a próxima grande erupção.
A equipe de reportagem da BBC News passou um dia a bordo do navio de pesquisa real britânico Discovery, enquanto eles procuravam por pistas.
Poucas semanas antes, quase metade dos 11 mil habitantes de Santorini havia fugido por questões de segurança quando a ilha foi atingida por uma série de terremotos.
Foi um duro lembrete de que, sob os idílicos vilarejos brancos repletos de restaurantes, acomodações do AirBnB com banheiras de hidromassagem e vinhedos vulcânicos, duas placas tectônicas se encontram na crosta terrestre.
Isobel Yeo, especialista em vulcões submarinos altamente perigosos do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, está liderando a missão. Cerca de dois terços dos vulcões do mundo estão submersos, mas quase não são monitorados.
"É um pouco como ´o que os olhos não veem, o coração não sente´ em termos de compreensão do perigo, em comparação com os mais famosos, como o Vesúvio", ela diz no convés, enquanto observamos dois engenheiros içando um robô do tamanho de um carro para fora do navio.
Este estudo, realizado logo após os terremotos, vai ajudar os cientistas a entender que tipo de abalo sísmico pode indicar que uma erupção vulcânica é iminente.
A última erupção em Santorini aconteceu em 1950, mas em 2012 houve um "período de agitação", afirma Isobel. O magma fluiu para as câmaras dos vulcões, e as ilhas "incharam".
"Os vulcões submarinos são capazes de erupções realmente grandes e destrutivas", diz ela.
"Somos induzidos a uma falsa sensação de segurança quando estamos acostumados a pequenas erupções, e ao vulcão agindo de forma segura. Presumimos que a próxima vai ser igual, mas pode não ser", explica.
A erupção do Hunga-Tonga no Pacífico, em 2022, produziu a maior explosão subaquática já registrada, e gerou um tsunami no Atlântico, com ondas de choque sentidas no Reino Unido. Algumas ilhas de Tonga, próximas ao vulcão, foram tão devastadas que seus habitantes nunca mais voltaram.
Abaixo dos nossos pés no navio, a 300 metros de profundidade, há fontes hidrotermais borbulhantes. Essas fissuras na Terra transformam o fundo do mar em um mundo laranja brilhante de rochas salientes e nuvens de gás.
"Sabemos mais sobre a superfície de alguns planetas do que sobre o que existe lá embaixo", diz Isobel.
O robô desce até o leito marinho para coletar fluidos, gases e fragmentos de rocha.
Essas fontes são hidrotermais, o que significa que água quente jorra das fissuras, e geralmente se formam perto de vulcões.
É por isso que Isobel e 22 cientistas do mundo todo estão neste navio há um mês.
Até agora, ninguém conseguiu descobrir se um vulcão se torna mais ou menos explosivo quando a água do mar se mistura com o magma nestas fontes.
"Estamos tentando mapear o sistema hidrotermal", explica Isobel. Não é como fazer um mapa em terra. "Temos que olhar para o interior da Terra", diz ela.
O Discovery está pesquisando a caldeira de Santorini e navegando até Kolombo, outro grande vulcão nesta região, a cerca de sete quilômetros a nordeste da ilha.
Não se espera que os dois vulcões entrem em erupção em breve, mas é apenas uma questão de tempo.
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