
06/05/2025
A parcela de brasileiros que afirma que as mudanças climáticas não são um risco cresceu de 5% para 9% de junho de 2024 a abril de 2025, segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (1º).
A tendência de crescimento do grupo que nega as ameaças do aquecimento do planeta apareceu também em levantamento feito em outubro de 2024, quando 7% dos entrevistados disseram não ver riscos.
A nova pesquisa ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios de todas as regiões do Brasil, entre os dias 8 e 11 de abril de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais, no nível de confiança de 95%.
A maioria dos entrevistados, porém, diz que as mudanças do clima são um risco imediato (53%). O grupo que fazia essa afirmação era de 52% em junho de 2024 e chegou a 60% na pesquisa de outubro do ano passado.
Especialistas ouvidos pela Folha receberam os números com otimismo. Segundo eles, os dados mostram que a percepção de que as mudanças climáticas são perigosas está consolidada entre a população brasileira, o que pode facilitar a adoção de políticas públicas para enfrentar o problema.
Uma fatia menor, de 35%, afirma que as alterações climáticas serão um risco para as pessoas que viverão daqui a muitos anos. Em junho de 2024, essa porção era de 43%; em outubro de 2024, era de 32%.
Somados, os que veem riscos imediatos ou para gerações futuras são 88% dos participantes da última pesquisa. A porcentagem teve queda em relação aos levantamentos anteriores: em junho de 2024, era de 94%, e, em outubro de 2024, de 92%.
Os que não souberam responder à pergunta na última pesquisa somaram 3%. Nas edições passadas, foram 2% (outubro de 2024) e 1% (junho de 2024).
Na visão de Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, rede de organizações da sociedade civil voltada à agenda climática, o aumento no número de pessoas que negam riscos da crise do clima não chega a ser expressivo.
Mas ele aponta que há uma escalada das campanhas de desinformação sobre o tema, que ganharam fôlego com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Desde que assumiu o cargo, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, principal compromisso climático global, e vem enfraquecendo políticas para barrar o aquecimento global e suas consequências, como a demissão dos cientistas que trabalhavam na construção de uma nova edição do relatório americano mais importante sobre o tema.
Segundo Astrini, as ações do governo Trump e a proximidade da COP30, a 30ª conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, que acontece em novembro em Belém (PA), têm sido combustível para produção de notícias falsas.
"Essas campanhas estão crescendo. Há muita gente tentando se aproveitar da conferência para se colocar como contraponto, usar o negacionismo climático como forma de ganhar atenção", diz.
William Wills, diretor técnico do CBC (Centro Brasil no Clima), também avalia que o crescimento dos que negam os riscos das mudanças no clima é pequeno. Para ele, pode ser um reflexo da ausência de um grande evento climático extremo desde junho de 2024 no país.
As enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul, por exemplo, aconteceram de abril a maio do ano passado.
Leia a matéria completa clicando na Folha de S. Paulo

Vítimas do homem: jaguatirica baleada, mico-leão-dourado paraplégico e fragatas cortadas por cerol estão em centro de reabilitação
08/05/2025
Evento no RJ debate geração distribuída de energia limpa
08/05/2025
´Nosso lema é deixar o lugar por onde passou melhor do que encontrou´, diz Legendários; vídeo mostra lixo do grupo em área de proteção ambiental
08/05/2025
Aluna produz copo com cascas de pinhão em Curitiba
08/05/2025
Garrafas PET viram flutuadores de barcos no PR
08/05/2025
Portaria regulamenta pesca do tubarão-azul, espécie quase ameaçada de extinção, e revolta ambientalistas
08/05/2025