
19/08/2025
Belém, capital do Pará ganha sua primeira unidade pública de compostagem de resíduos orgânicos. A instalação será concluída antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro, e permanecerá como legado para a capital paraense e referência para a Região Norte.
Com tecnologia mecanizada, a unidade de compostagem vai usar um tambor rotativo com capacidade para processar até 180 toneladas de resíduos orgânicos por mês, incluindo restos de comida, de restos de poda e folhas. O objetivo é fortalecer a reciclagem de resíduos orgânicos e consolidar a compostagem como uma solução contínua para a cidade de Belém, tendo em vista a necessidade de mais políticas públicas e incentivos voltados à gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Articulada com políticas públicas e parcerias locais, a unidade será capaz de desviar os resíduos orgânicos do aterro, evitando emissões de gases de estufa (GEEs), além de promover a transição justa no setor, através da geração de renda e inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis no sistema.
A instalação é uma iniciativa do Instituto Pólis, com o apoio do Global Methane Hub (GMH), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (SEZEL), por meio da Secretaria Executiva de Inclusão Produtiva.
“A compostagem realizada com catadores representa uma oportunidade estratégica para ampliar a reciclagem de resíduos orgânicos no Brasil, especialmente considerando que cerca de 90% da reciclagem de resíduos secos já é conduzida pelo trabalho dos catadores e catadoras. Ao integrá-los nesse processo, é possível promover uma transição justa na gestão de resíduos, com benefícios socioambientais relevantes”, explica Victor Argentino, coordenador de projetos da equipe de resíduos sólidos do Instituto Pólis.
O sistema começará a ser instalado em meados de outubro e a unidade contará com apoio técnico e capacitação continuada do Instituto Pólis, visando estimular a criação de novas estruturas semelhantes e consolidar políticas públicas para a gestão adequada dos resíduos orgânicos em Belém. O composto produzido será destinado principalmente à agricultura familiar, fechando o ciclo do aproveitamento de resíduos.
“Hoje, mais de 50% do que Belém envia ao aterro são resíduos compostáveis e orgânicos – a cidade ainda não possui cobertura pública para esse tipo de processamento. Nosso pátio de compostagem, implantado inicialmente para atender à COP 30, será um marco histórico para nossa cidade, que terá capacidade de processar 15 toneladas por dia com maquinário específico que acelera o ciclo, em parceria com o Instituto Pólis. Esse é um passo concreto no trabalho da SEINP de buscar alternativas para ampliar a taxa de desvio de resíduos do aterro e avançar na gestão sustentável dos resíduos sólidos, e na inclusão socioprodutiva das cooperativas de catadores de Belém”, afirma Pamela Massoud, Secretária Executiva de Inclusão Produtiva (SEZEL).
Além de atender à demanda da COP30, que deverá gerar cerca de 5 toneladas diárias de resíduos orgânicos durante 12 dias de evento, a iniciativa busca integrar cooperativas de catadores, agricultores familiares e projetos locais já existentes, como Composta Belém, Compostagem na Real e Usinas da Paz.
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