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´Barão do rinoceronte´ da África do Sul é acusado de deixar de ser criador para se tornar contrabandista

26/08/2025

A prisão, nesta semana, de um ex-empreiteiro de 83 anos na África do Sul sob acusação de ter vendido um enorme lote de chifres de rinoceronte dividiu os conservacionistas no país, que abriga cerca de dois terços dos rinocerontes do mundo.
Enquanto alguns comemoraram a bem-sucedida operação contra um suposto sindicato de contrabando, outros lamentaram que uma experiência de descriminalização do comércio de chifre de rinoceronte tenha acabado nos tribunais.
John Hume, que ganhou fama como o "barão do rinoceronte" da África do Sul após adquirir e criar o maior rebanho privado do mundo, com 2.000 animais, negou as acusações de que vendeu ilegalmente centenas de chifres a compradores na Ásia.
Em comunicado nesta semana, ele disse não ter "nada a esconder" depois de ser acusado de integrar um sindicato de contrabando que teria vendido 964 chifres, avaliados em cerca de US$ 14 milhões, entre 2017 e 2024. Ele afirmou ainda que vinha cooperando com os investigadores havia anos.
Hume foi libertado sob fiança de 100 mil rands (R$ 30 mil) na terça-feira (19), após comparecer, junto com cinco réus, a um tribunal de magistrados na capital Pretória.
"O caso Hume é um momento decisivo, que pode ter ramificações significativas para a propriedade privada de rinocerontes e o futuro de quaisquer esforços de legalização", disse Annette Hübschle, criminologista do Programa de Governança de Riscos Globais da Universidade da Cidade do Cabo.
Dion George, ministro do Meio Ambiente, elogiou a investigação de sete anos conduzida por uma unidade policial especializada conhecida como "Hawks", afirmando que as autoridades "não hesitariam em perseguir aqueles que saqueiam nossa vida selvagem em busca de lucro criminoso".
Mas alguns ambientalistas, muitos falando sob condição de anonimato, disseram lamentar o fim de uma experiência em que Hume havia defendido a legalização do comércio de chifre de rinoceronte como estratégia para aumentar os lucros dos conservacionistas e reduzi-los para as quadrilhas criminosas.
"Sinto certa pena de Hume", disse um conservacionista simpático aos argumentos pela legalização. "Ele gastou centenas de milhões de rands criando e protegendo 2.000 rinocerontes, que agora vão reabastecer reservas em toda a África —e nunca viu qualquer benefício."
A partir do fim dos anos 1990, Hume começou a construir seu rebanho de rinocerontes brancos, alguns criados em cativeiro em uma vasta fazenda perto de Klerksdorp, a cerca de 170 km a sudoeste de Joanesburgo. Ele fez campanha, sem sucesso, pela legalização do comércio de chifre de rinoceronte, uma potencial mudança na lei internacional que poderia lhe render milhões de dólares em receitas legais.
Hume e os outros cinco acusados —incluindo dois advogados e um ex-gerente de fazenda— enfrentam, coletivamente, mais de 50 acusações de roubo, fraude, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Hanno Nusch, diretor-executivo da ONG Rhino Revolution, com sede em Hoedspruit, disse apoiar a descriminalização do comércio de chifre.
"Transformar um produto ilegal em uma fonte de receita legal e ética beneficia, em vez de explorar, o rinoceronte e as pessoas que o protegem", afirmou.
Segundo Nusch, o chifre de rinoceronte, que pode ser aparado sem prejudicar o animal, volta a crescer, enquanto um caçador só poderia obtê-lo matando o bicho.

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