
26/08/2025
A Terra é formada por 70% de água, mas só 0,5% disso é própria para consumo e uso na agricultura e está ao nosso alcance. E esse recurso precioso está se tornando ainda mais escasso devido ao aumento na demanda por água e a um planeta cada vez mais aquecido e seco no contexto das mudanças climáticas.
Cerca de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo já vivem sem acesso regular a água potável fresca. E metade da população global enfrenta escassez de água numa parte do ano.
Da queda nos níveis de produtividade agrícola à insegurança alimentar, redução da capacidade energética e impacto do saneamento precário na saúde, o estresse hídrico custa caro.
O valor econômico de ecossistemas funcionais de água doce era estimado em cerca de 58 trilhões de dólares em 2023 (R$ 314 trilhões), segundo a ONG ambientalista WWF – o equivalente a cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
O alto estresse hídrico em países áridos e castigados pela seca na África e no Oriente Médio devem provocar uma queda de 25% em suas economias nacionais dentro dos próximos 20 a 30 anos, afirma o economista Quentin Grafton, chefe do departamento de economia da água da Unesco e professor na Universidade Nacional da Austrália.
Isso significa que haverá menos dinheiro disponível para importações cruciais de alimentos, ou para infraestruturas importantes para aplacar a falta d´água, como represas e plantas de dessalinização.
Grafton diz que é preciso lidar urgentemente com os impactos do estresse hídrico sobre economias globais: "Esse é um momento decisivo. Teremos que nos adaptar de uma forma muito mais rápida."
Grafton aponta que essas regiões podem sofrer com a instabilidade política, inclusive revoluções, à medida que a falta d´água afetar as cadeias de suprimento de alimentos, a atividade econômica e o emprego nessas regiões.
Como consequência, afirma, poderemos ver o deslocamento e migração em massa de povos. E à medida em que pessoas atravessam o Mar Mediterrâneo em direção ao sul da Europa para fugir de regiões em processo cada vez mais avançado de desertificação, essa instabilidade também chegará ao Velho Continente.
E como implementar soluções também custa muito dinheiro, o problema é amplificado.
Ecossistemas de água doce diversos podem reduzir a duração e intensidade de secas, mas têm sido esgotados pelo progresso e a irrigação excessiva dos campos agrícolas. Reabilitá-los demandará esforços maciços de reabilitação, já que desde 1970 o mundo perdeu um terço de suas zonas úmidas, segundo a WWF.
A crise da água também deve desacelerar economias em desenvolvimento poderosas. Grafton cita que a Índia, por exemplo, não tem água o suficiente para manter as usinas de carvão que produzem a eletricidade que permitiu o rápido crescimento econômico do país e ajudou a melhorar seus índices de pobreza.
"A meta deles é um crescimento de 7%, mas isso é uma ilusão", afirma Grafton. O país tem 18% da população do mundo, mas só 4% da água doce. "Não há água suficiente para todos."
A população rural pobre da Índia é a que mais sofre com esse quadro de falta d´água. A exploração predatória de aquíferos é uma preocupação central à medida que o lençol freático recua. Possíveis soluções incluem programas para fortalecer os reservatórios locais de água com barragens de terra que retêm melhor as chuvas de monções antes da estação seca.
A reportagem completa pode ser lida no g1

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