
26/08/2025
Nas ruas movimentadas e repletas de lojas do bairro de Causeway Bay, em Hong Kong, trava-se uma batalha nas copas das árvores para salvar uma das espécies mais ameaçadas do mundo: a cacatua-de-crista-amarela.
Entre os extensos galhos de um deles foi instalado um ninho artificial em forma de caixa projetado para esta ave de inconfundível crista amarela, da qual restam apenas entre 1.200 e 2.000 exemplares em todo o mundo.
Embora sejam originárias do Timor Leste e da Indonésia, um décimo das que restam encontra-se em Hong Kong, uma das "maiores populações selvagens unidas que ainda existem" no planeta, explica Astrid Andersson, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade de Hong Kong.
Seu futuro está por um fio, devido à perda de seu habitat e, segundo alguns suspeitam, ao mercado clandestino.
O número de cacatuas tem se mantido estável, com muito menos exemplares jovens do que quando Andersson começou a monitorá-las há quase 10 anos.
Essas aves não constroem seus próprios ninhos, mas dependem de cavidades naturais nas árvores, das quais 80% desapareceram nos últimos anos devido aos tufões e à poda realizada pelas autoridades desta cidade semiautônoma chinesa.
As caixas-ninho instaladas por Andersson são uma tentativa de remediar essa situação, pois procuram imitar os buracos que esses animais procuram. Além disso, elas permitirão observar seu comportamento reprodutivo, que nunca foi estudado exaustivamente.
Ela planeja instalar cerca de 50 em toda a cidade.
Sem esses ninhos artificiais, "acho que as cacatuas terão cada vez menos oportunidades de aumentar ou substituir os indivíduos que morrem em sua população", afirma.
A existência das cacatuas em Hong Kong tem sido "uma história muito positiva sobre a coexistência entre humanos e fauna selvagem", explica Andersson.
A população que reside na cidade foi introduzida, e uma lenda urbana conta que eles vieram de um aviário liberado pelo governador britânico de Hong Kong antes de se render aos japoneses em 1941.
No entanto, não há provas que sustentem essa história: acredita-se que os ancestrais do bando atual eram animais de estimação que fugiram.
Os parques urbanos de Hong Kong, repletos de árvores maduras que dão frutos, nozes e outros alimentos, tornaram-se um "santuário" para elas, estima Andersson.
Essas cacatuas já fazem parte da estrutura da agitada cidade. Posadas nos postes de luz, elas ficam sentadas tranquilamente enquanto observam o barulhento tráfego das passarelas e seus fortes grasnados ecoam ao anoitecer.
Muitas pessoas não percebem que estão vendo uma espécie em extinção em seu bairro.
"Nós realmente pensávamos que elas eram como qualquer outra ave", disse Erfan, um morador, à AFP.
Elas também são frequentemente confundidas com as cacatuas sulfúreas, muito comuns na Austrália. No entanto, elas são geneticamente diferentes, e esta última espécie não está em perigo.
A matéria na íntegra pode ser lida no g1

Voluntários ajudam a recuperar a vegetação da Pedra do Arpoador
26/08/2025
Flamengo é multado em R$ 902 mil por suposto despejo irregular de esgoto na Lagoa
26/08/2025
Mais de 650 pinguins-de-magalhães são achados mortos no litoral de SP em uma semana
26/08/2025
Bike Parada Não Rola: projeto recolhe bicicletas abandonadas
26/08/2025
Justiça suspende licenças de usina e mina de carvão no RS e cobra plano de transição energética
26/08/2025
Entenda como é o teste da Petrobras na bacia da Foz do Amazonas
26/08/2025