
11/11/2025
Uma nova espécie de bromélia foi descoberta por pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) em Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo. A planta, encontrada em setembro de 2024 e batizada de "dama-escarlate", já foi classificada como criticamente em perigo de extinção e pode desaparecer.
O nome científico da espécie é Stigmatodon vinosus. Ela foi localizada pela primeira vez em um inselberg, formação rochosa isolada que abriga biodiversidade única.
A coleta faz parte do projeto "Inventário da flora vascular rupícola em inselbergs negligenciados no Espírito Santo", que busca mapear a flora de formações rochosas fora de áreas de conservação.
A pesquisa foi liderada pelo doutor em ciências biológicas Vitor Manhães e pelo botânico Dayvid Couto, ambos do INMA. Também participou da expedição o magistrado Elton Leme, pesquisador colaborador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O estudo foi publicado em outubro de 2024 no periódico científico "Phytotaxa".
Durante a floração, os pesquisadores observaram traços que diferenciam a nova espécie das demais do gênero Stigmatodon. A coloração vinho das brácteas e sépalas inspirou o nome científico vinosus, que significa "avermelhado". O nome popular "dama-escarlate" vem do formato da planta, cujas folhas lembram um vestido e as flores, um espartilho.
A espécie ocorre apenas em um ponto geográfico conhecido e está fora de unidades de conservação. Por isso, foi classificada na categoria Criticamente em Perigo (CR), segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Segundo Vitor Manhães, a principal ameaça vem da extração de pedras ornamentais e da pressão humana na região.
"Qualquer alteração no uso do solo, mineração ou incêndio pode resultar na extinção imediata da espécie", alertou o pesquisador.
Para tentar proteger a nova bromélia e outras espécies do local, o grupo realiza expedições de monitoramento e inventário.
"Buscamos gerar informações que sirvam de base para políticas públicas de conservação voltadas à proteção dessas plantas", explicou Manhães.
Como o inselbergue onde Stigmatodon vinosus foi encontrado fora de unidade de conservação, em um local que sofre crescente pressão de atividades humanas próximas, a equipe de pesquisadores está realizando as primeiras expedições para identificar as espécies presentes no local.
O projeto segue em andamento e deve orientar novas ações de preservação dos inselbergs capixabas, áreas de grande importância biológica.
Fonte: g1
Jovens Cientistas vão expor criações em festival na Quinta da Boa Vista
11/11/2025
Despoluição da Baía de Guanabara promete regenerar Praia da Bica, que deve voltar a ficar limpa no verão 2026/2027
11/11/2025
´Dama-escarlate´: nova bromélia é descoberta no ES e já corre risco de desaparecer; VÍDEO
11/11/2025
Exposição no Museu de Arte do Rio Grande do Sul debate relação entre tecnologias digitais e meio ambiente
11/11/2025
Governador do Pará diz que COP 30 na Amazônia é oportunidade para dar protagonismo às florestas tropicais
11/11/2025
O ´roubo´ que mudou a história de Belém e da Amazônia — e suas lições para a cidade da COP30
11/11/2025
